A CREDIBILIDADE DA BÍBLIA
A CREDIBILIDADE DA BÍBLIA
Todo o processo de tradução da
Bíblia foi complicado pois os manuscritos estavam em hebraico sem vogais e sem sinais
de pontuação. No grego, grande parte dos textos estavam escritos em maiúsculas
e sem sinais de pontuação. Mas graças a peritos e estudiosos da Bíblia conseguiu-se
traduzir esses textos.
Para que a tradução da Bíblia seja
precisa e sem erro usam-se diferentes áreas de estudo principais:
Na época, quando, por exemplo, o
apóstolo Paulo escrevia uma carta, os crentes ao receberem essa carta faziam
uma cópia, manuscrito, para que mais pessoas tivessem acesso a ela. Mas,
depois, outra pessoa fazia uma cópia da cópia e assim sucessivamente. Por isso
hoje não temos os originais. Nós temos cópias, de cópias das cartas. É com
esses manuscritos que se faz o estudo dos textos.
Quando comparamos as várias cópias
podemos ver algumas diferenças, mas são mínimas, como por exemplo: Cristo
Jesus, Jesus Cristo ou Jesus Cristo nosso Senhor. Esses erros devem-se a
audição pois muitos dos manuscritos eram ditados enquanto outros escreviam.
Outros erros são de duplicação ou omissão pois a mesma linha era copiada duas vezes
ou então saltavam uma linha.
Temos também, por exemplo, o caso de Marcos 16.17-18 faltarem nos 5 manuscritos mais
antigos que temos, mas aparecem em todos os outros mais recentes.
Então porque constam na Bíblia? Qual é o critério? É mais importante um manuscrito com datação mais próximo do original ou um texto que aparece na maioria dos manuscritos?
Quem faz a reconstituição dos
textos originais tem de examinar todos os manuscritos conservados e pesquisar
diversos pontos:
- A filologia, que estuda os textos e tudo o que é necessário para torná-los acessíveis, linguística e culturalmente.
- A manuscriptologia ou crítica textual, que faz a catalogação dos manuscritos (textos copiados à mão) antigos, comparando e estudando para determinar o texto mais exato ou mais antigo possível.
- A paleografia, que estuda a escrita antiga e a sua evolução para identificar letras e sinais gráficos antigos, de forma a permitir a sua leitura, e determina a data e origem desses textos.
Então porque constam na Bíblia? Qual é o critério? É mais importante um manuscrito com datação mais próximo do original ou um texto que aparece na maioria dos manuscritos?
- Ver as traduções mais antigas do mesmo texto.
- Quanto menor for a distância do manuscrito para o original, menor será a possibilidade de erros pois foi menos vezes copiada. Mas também, ao contrário do que possamos pensar, se temos um manuscrito muito antigo preservado e em relativo bom estado é porque a cópia não seria de boa qualidade e por isso foi guardado, colocado de lado, daí estar intacto até aos dias de hoje. Um manuscrito bom era copiado muitas vezes e o manuseio acabava com o pergaminho em pouco tempo. Por isso, mais antigo nem sempre significa melhor.
- Comparar os diferentes manuscritos e ver possíveis falhas. Quantos mais manuscritos houver de um texto melhor será o resultado.
- Determinar a cronologia pela forma e tipo de escrita, calculando quanto tempo terá de distância o manuscrito do original.
- Ver os cuidados com a escrita. Quando as letras começavam a ser maiores e a letra a ficar feia mostrava que o copista estaria mais cansado e por isso a possibilidade de erros era maior.
- Procurar outras fontes da época que possam comprovar o que está escrito como história, cultura, costumes e arqueologia.
Quanto maior for o número de manuscritos de um texto, maior será a probabilidade de chegarmos ao texto original.
- A antiguidade dos manuscritos (mais ou menos 2500 a 3000 anos) que leva a uma deterioração maior.
- Com o domínio estrangeiro sobre a palestina (entre 1800 a.C. e 1948 d.C. Jerusalém foi conquistada 47 vezes) muitos manuscritos estarão desaparecidos e outros terão sido destruídos.
- As leis que os escribas tinham exigiam que os manuscritos gastos pelo tempo ou com erros na sua cópia deviam ser destruídos para não serem usados. E conforme colocavam os sinais vocálicos (vogais) na escrita hebraica, iam destruindo os manuscritos antigos que não tinham esses sinais.
Este número não é fixo pois de tempos a tempos são encontrados mais manuscritos aumentando este número.
Da Vulgata Latina (final do séc. IV, princípio do séc. V) temos cerca de 10.000 manuscritos.
E, temos ainda os lecionários da igreja do séc. VI d.C. que continham textos selecionados para serem lidos nos cultos. Nesses lecionários encontramos várias partes de textos dos Evangelhos, Atos e Epístolas.
O Novo Testamento em relação a outros textos antigos tem muito mais base de estudo, logo muito maior confiança.
Quanto ao tempo que separa o original da cópia, podemos dizer que, quanto menor for esse tempo, menos possibilidades há de terem erros de transcrição.
Quanto a fragmentos do Novo Testamento essa distância é cerca de 30 anos.
Quanto à credibilidade dada devido ao desgaste e deterioração dos manuscritos, podemos dizer que num total de 20.000 linhas que constituem o Novo Testamento, apenas 40 apresentam alguma escrita duvidosa, ou seja, 0,2% de linhas duvidosas.
Comparando com textos clássicos mais antigos temos uma percentagem de 4,9% de linhas duvidosas.
Assim, podemos comprovar a credibilidade e a veracidade da Bíblia.
Mais nenhum livro da história tem este crédito, pois também mais nenhum foi inspirado por Deus.
Então vamos ler este Livro maravilhoso!
Débora Pimentel
