ÉS UM FARISEU? – Mateus 23.1-35
ÉS UM FARISEU? – Mateus 23.1-35
INTRODUÇÃO
Às vezes temos uma maçã com ótimo aspeto, mas quando
a trincamos vemos que está podre por dentro.
Isto acontece porque junto às
sementes, no centro da maçã, existem espaços vazios, lugar ideal para os
fungos. Assim a maçã começa a apodrecer do centro para fora. Aparentemente ela
é bonita, mas por dentro está podre.
O mesmo acontecia com os fariseus
na época de Jesus. Os fariseus eram um grupo muito religioso que se preocupava
em cumprir as leis de Moisés e de as interpretar.
Mas os fariseus viviam de
aparências tendo uma falsa espiritualidade.
MENSAGEM - Mateus 23:1-35
A religião que os fariseus
adotavam era a que Deus tinha dado, mas eles fizeram algumas alterações colocando-as
à sua maneira, acrescentando leis para os fazer parecer mais santos que os
outros.
A motivação deles não era
a correta, não era a de uma vida transformada, mas de uma vida de aparências. A
religiosidade deles impedia-os de serem realmente transformados. Eles
achavam-se tão perfeitos que não precisavam de mais nada.
Por isso Jesus critica a
hipocrisia dos fariseus.
Os fariseus conheciam de cor as leis e sabiam como ninguém apontar os erros dos outros e indicar o caminho certo para se viver. Por isso, Jesus disse para porem em prática o que eles diziam, porque era correto, era a lei de Deus. Mas não deviam imitar o que faziam (v.3).
Podemos dizer que os fariseus eram: “Faz o que eu digo, não faças o que eu
faço”. Os fariseus não viviam o que ensinavam. Eles, pelo que diziam, pareciam
mostrar santidade, mas na prática essa santidade não existia.
A segunda crítica que
Jesus faz é o facto de fazerem leis que não foram criadas por Deus.
Eles iam além da Lei, da Palavra de Deus (v.4), eles inventavam acrescentos à lei.
No verso 5, Jesus condena a vida de aparências que levavam.
As “frases piedosas na testa” eram umas caixas de couro onde eram colocadas partes da lei e que amarravam na testa e no pulso (Dt 6:8). As franjas eram uma espécie de rosário onde contavam as orações que faziam. Quanto maiores as franjas, mais orações.
O versículo de Deuteronómio
6.8, que fala desta prática, está a dizer que a Lei de Deus devia estar na nossa mente e no nosso coração das pessoas,
mas os fariseus queriam ser literais para mostrar a todos o quanto eram
religiosos e por isso aumentavam o tamanho das caixas e das franjas, que iam até
ao chão, para aparentarem uma elevada religiosidade.
A quarta coisa que Jesus
condenou nos fariseus foi a autoexaltação. Os fariseus usavam a religião para se promoverem perante os outros. Nos banquetes
e nas sinagogas queriam os melhores lugares (v.6) e gostavam de ser tratados
com o título de mestres (v.7). Mas Jesus diz que deviam ter vergonha de
serem chamados de mestres.
E o versículo 12 mostra o
resultado destas atitudes: Quem se engrandece será humilhado por Deus.
Jesus condena os fariseus por impedirem outros de serem salvos devido ao seu mau testemunho (v.13).
Eles estavam a caminhar para o inferno e a levar muitos com eles.
Os fariseus usavam a
religião como uma capa para esconder pecados. Eles iam a casa das viúvas para orarem
por elas, mas cobravam por isso e quanto mais tempo orassem mais cobravam
(v.14).
Os fariseus preocupavam-se com o exterior, esquecendo o interior (V.25-28).
Eles pareciam justos.
Impressionavam pela aparência. Pareciam perfeitos, mas por dentro estavam
podres. No seu interior só havia hipocrisia e pecado.
Jesus termina a dizer aos fariseus que iria cair sobre eles o castigo por todos aqueles que levaram ao
engano atrás de aparências e mentiras (v.35).
Mas será que isto só se passava com os fariseus?
Quantas vezes
arranjamos desculpas e regras para justificar o estilo de vida que levamos?
Quantas vezes somos tão santos para apontar os defeitos dos outros que nos esquecemos da podridão das nossas vidas?
Quantas vezes somos tão puros a ensinar os outros
o caminho correto a seguir quando nós fazemos completamente o contrário?
Quantas vezes dizemos uma
coisa, mas fazemos outra?
Quantas
vezes aparentamos uma falsa religiosidade? Batizamo-nos, ajudamos na EBD, cantamos no coro da igreja, mas na escola, no trabalho, na vizinhança, entre amigos e até em casa
envergonhamos o nome de Deus.
Será que não vivemos
também de aparências?
Será que não nos
engrandecemos mostrando na igreja uma falsa espiritualidade?
Será que o
nosso testemunho de vida está a afastar as pessoas de Deus em vez de as levar a Cristo?
Será que estamos a esconder as nossas vidas
de pecado mostrando aquilo que não somos?
CONCLUSÃO
Será que somos como estes fariseus?
Será que somos maçãs bonitas por fora, mas podres por dentro?
1Samuel 16.7 diz que o
homem vê a aparência, mas Deus vê o nosso coração.
Muitas vezes, refugiamo-nos
nas boas aparências, mas o nosso interior está cheio de lugares vazios
que estão preenchidos pelo pecado, que estão a apodrecer-nos por
dentro. Por isso temos de reconhecer o nosso pecado e arrependermo-nos. Temos
de tratar do nosso interior e trabalhar no sentido de sermos aquilo que
mostramos.
Se não tratarmos do nosso interior, do nosso pecado, o nosso exterior vai acabar por se
revelar e seremos humilhados como Jesus alertou no versículo 12. Mas se
tratarmos do nosso pecado e nos humilharmos perante Deus, Ele exaltar-nos-á.
Débora Pimentel
